Perseguido pelo governo militar e fichado no DOPS de Pernambuco sob o nº 16.906, Dom Helder Camara, ex-arcebispo de Olinda e Recife, tem em seu prontuário anotações, pronunciamentos, informações, boletins, escutas telefônicas, recortes de jornais e periódicos, catalogados pelo DOPS/PE
(Acervo Comissão Estadual da Verdade de Pernambuco)
O golpe civil-militar de 1964 não poupou religiosos, líderes ou mesmo representantes da Igreja. Com o agravamento da repressão e cerceamento das liberdades, dentro da igreja católica começou um movimento de repúdio à ditadura, o envolvimento do clero com militantes resistentes ao regime, e a própria proteção do clero aos perseguidos e torturados. O próprio dom Paulo Evaristo Arns tornou-se um símbolo da defesa dos direitos humanos no Brasil, denunciando as torturas do regime. Também dom Hélder Câmara e dom Pedro Casaldáliga fizeram voz ativa contra a repressão. Diante da nova posição da igreja católica, a ditadura militar prendeu, torturou e matou padres. O banho de sangue estendeu-se aos clérigos. A Teologia da Libertação, que deu os primeiros passos em 1952, tornar-se-ia uma grande força no Brasil a partir de 1970. O apoio inicial da igreja ao golpe de 1964 deu a sua grande reviravolta quando a violência do regime matou e torturou quem lhe contestasse, desde então, a igreja católica no Brasil pendeu quase toda contra a ditadura militar.
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