O documento em fac-símile foi descoberto no arquivo do terror, em Assunção, e é uma prova documental da forma como a Operação Condor atuava. O documento trata da prisão no Paraguai de um membro da resistência à ditadura argentina e sua entrega para a agentes da repressão daquele país. A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre as várias ditaduras militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai — criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras e eliminar seus líderes.
Montada no início dos anos 1960, durou até a onda de redemocratização, na década seguinte. Estima-se que a Operação Condor resultou em mais de 400 mil torturados e 100 mil assassinatos.
A jurisdição da Operação se estendia, portanto, a todos os países envolvidos. A ausência de procedimentos burocrático-formais facilitava as trocas de informações e de prisioneiros (eventualmente dados como “desaparecidos”) de diferentes nacionalidades. Aos acusados e perseguidos pelos agentes, eram negados todos os direitos humanos e políticos. Podiam facilmente ser levados de um território a outro sob a acusação de terrorismo.
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